Texto escrito por Mariana Chuy, mãe do Gabriel e fundadora da ABRAPRAXIA.
Podemos nos espelhar nos outros, mas nem tudo o que serve para o amigo ali ao lado vai servir para a gente….
O Gabi começou a escrever com 5 anos. Muitos dos coleguinhas ainda não escreviam e achavam o máximo ele conseguir. Vibravam muito com isso e aumentavam a autoestima dele. No segundo ano, o cenário começou a mudar e como ele queria continuar sendo elogiado, começou a tentar escrever mais rápido do que os colegas.
No meio do ano de 2019, percebi que a letra do Gabi estava muito menos legível do que era. Ele estava escrevendo com pressa e a letra estava beeemmm feinha. É importante observar que este ano (2019), estando no segundo ano, a turma do Gabi iniciou a escrever com letra cursiva. Talvez ele esteja tentando elaborar esse novo “desenho” e a letra acaba não sendo nem bastão nem cursiva.
Em uma das tantas conversas de sala de espera de terapias, uma mãe comentou que o filho usava os adaptadores e que estava dando certo. Corri e comprei uns dez. Minha ideia era colocar até nos lápis de cor. Ele é bem receptivo a essas inovações/propostas e adora uma novidade desde que bem apresentada.
Usamos por mais de um mês os tais adaptadores e não percebi qualquer melhora. A pega ficou mais complicada ainda, não deixava eu tirar o adaptador para apontar o lápis….Caos total.
Abandonamos os adaptadores e voltamos a usar os lápis Jumbo (mais larguinhos e triangulares).
A letra ainda não voltou a ser totalmente legível, mas estamos avançando.
No nosso caso, a utilização de adaptadores para a escrita não foi a melhor decisão. A angústia e o desejo de resolver uma situação acaba fazendo com que a gente queira utilizar o que deu certo para outras famílias. E essa regra nem sempre é válida.
Devemos sempre ter em conta as individualidades de nossos filhos. E as decisões, preferencialmente, devem ser tomadas a partir das observações de toda a equipe multidisciplinar que acompanha a criança.