Constante adaptação das atividades multidisciplinares para crianças com Apraxia de Fala

Associação Brasileira de Apraxia da Fala Na Infância e Adolescência

Constante adaptação das atividades multidisciplinares para crianças com Apraxia de Fala

Por Luciana Dinoá, mãe do Pedro.

Luciana Dinoá mora em João Pessoa na Paraíba. É mãe do Pedro, que tem 6 anos e foi diagnosticado com apraxia aos 3 anos e meio. Uma criança muito comunicativa, doce, agregadora, e sobretudo totalmente desinibido e seguro, o que ajudou bastante no tratamento pois ele nunca se sentiu diferente ou tímido junto a outras crianças.

Como várias famílias que acompanhamos – seja na página do Facebook (link) ou mesmo nos cursos (link), a busca pelo diagnóstico foi bastante complicada devido à falta de conhecimento a respeito da Apraxia de Fala na Infância:

“Até os 3 anos e meio, apontavam para autismo, após isso fomos ao Dr Salomão Scwhartzman que descartou, a priori, e apontou para um grande distúrbio na fala. Foi quando procuramos Elisabete Giusti que finalmente fechou diagnóstico de Apraxia de Fala na Infância.”

Mesmo antes do diagnóstico, o tratamento multidisciplinar já ocorria, mas o direcionamento do tratamento foi o divisor de águas, na opinião de Luciana:

“Meu filho iniciou terapias com 1 ano e 10 meses, sem saber o diagnóstico. Apenas aos 3 anos e meio recebeu esse diagnóstico e todas as terapias foram direcionadas. Falou as primeiras palavras aos 4 anos, inclusive mamãe. Hoje ele tem 6 anos, fala tudo, mas troca alguns fonemas. Porém se faz entender bem.”

Atualmente, Pedro frequenta a escola no turno da tarde e durante as manhãs faz as terapias, duas sessões de fono, uma de TO e três com a pedagoga que auxilia no processo de alfabetização.

A equipe multidisciplinar mantém contato entre si quando se faz mais necessário.

Para Luciana, a evolução de Pedro deve-se a esse tratamento multidisciplinar que sempre foi dispensado a ele, mas as sessões de fono, com tratamento direcionado para Apraxia de Fala na Infância, certamente, foram e continuam sendo a ferramenta mais efetiva:
“Aos 3 anos e meio ele não falava nada, e já fazia fono desde 1 ano e 10 meses, no entanto sem saber qual era o diagnóstico. Quando finalmente descobrimos e o tratamento foi direcionado, ele começou a falar cada vez mais. Como ele apresentava muitos problemas sensoriais a TO acabou sendo também fundamental nesse processo em parceria com a fono. Acho que essa dupla, foi a mais importante na evolução dele”.
O que parece muito importante é que nesse tempo todo, Pedro já frequentou diversas modalidades de Terapias. Essa agenda foi sendo adaptada por Luciana e pela equipe multidisciplinar, sempre em atenção às necessidades de Pedro em um determinado período e na tentativa de não sobrecarregar sobremaneira a sua agenda:
“Quando ele começou a fazer terapias, com 1 ano e 10 meses, ele fazia em uma clínica que oferecia um rodízio duas vezes por semana. Então em uma tarde, ele passava por fonoaudióloga, fisioterapeuta, psicopedagoga e pedagoga. Após uns 6 meses ele recebeu alta da fisioterapia, pois percebeu-se que ele não tinha dificuldades que apontassem para essa necessidade. Daí substituímos por Terapia Ocupacional. Com 3 anos ele iniciou também uma psicóloga e saiu da psicopedagoga, pois a psicóloga também tinha formação nessa área e ajudaria. Como ele apresentava problemas de comportamento, com muitas birras, achamos que seria mais importante. Assim ficou com Fono, TO e Psicóloga. Aos 4 anos, a equipe recomendou que ele ficasse apenas com Fono – aumentando a quantidade de sessões para três vezes – e a TO. Além disso, iniciamos a prática de esportes (já fez Judô e atualmente faz natação e tênis). Agora aos 6 anos, acrescentamos a pedagoga por conta da alfabetização.”

Quando família e terapeutas trabalham em conjunto, os aspectos trabalhados durante as sessões podem ser repetidos em casa, em uma sintonia que não se alcançaria caso essa comunicação não existisse. Com isso, a criança sente-se muito mais segura e transparece isso em seu comportamento:

“Tenho a sensação de que todo esse percurso de terapias transformou ele numa criança muito melhor. Talvez se não tivesse passado por tudo isso, não fosse tão doce e encantador, pois é assim que ele é visto onde passa”.

No mês de maio teremos o Curso Desenvolvimento da Leitura e Escrita nas Crianças com Apraxia de Fala na Infância e outros distúrbios – Desafios e Possibilidades – na cidade de João Pessoa em (link)

Temos outros Cursos pelo Brasil. https://app.apraxiabrasil.org/eventos

ENCONTRO VIRTUAL

“Encontro Virtual” é um projeto da Associação Brasileira de Apraxia de Fala na Infância – ABRAPRAXIA – que visa ao fortalecimento das relações de afeto familiares e sociais, através da troca de experiências.

Através de entrevistas realizadas com mães de diferentes lugares, vivenciaremos a importância do compartilhar tendo em vista ser gerador/catalisador de uma maior possibilidade de encarar as dificuldades de forma pró ativa.

Isso porque quando encontramos nossos pares, há um maior entendimento por parte desses ouvintes que se encontram ou já passaram por situação similar.

Para participar, acesse o link.