A ABRAPRAXIA promove o Curso Internacional Entendendo o Autismo e Apraxia, com a participação das renomadas fonoaudiólogas Amanda Bridgel (Austrália) e Karen Chenausky (EUA).

Associação Brasileira de Apraxia da Fala Na Infância e Adolescência

A ABRAPRAXIA promove o Curso Internacional Entendendo o Autismo e Apraxia, com a participação das renomadas fonoaudiólogas Amanda Bridgel (Austrália) e Karen Chenausky (EUA).

Nos dias 22 e 23 de março, a ABRAPRAXIA convidou as fonoaudiólogas internacionais Amanda Bridgel, da Austrália e Karen Chenausky dos EUA, para ministrar o Curso Internacional Entendendo o Autismo e Apraxia – Caminhos para a compreensão e intervenção.

 Esse curso é um módulo do Curso de Aprimoramento em AFI e foi aberto a outros fonoaudiólogos.

Nestes encontros, as professoras apresentaram resultados de pesquisas atuais sobre diagnóstico e tratamento da apraxia em indivíduos com autismo destacando condutas relevantes para a prática clínica.

A Dra. Amanda Brignell, apresentou modelos atuais de avaliação abrangente para o diagnóstico diferencial dos Transtornos de Sons de Fala mais prevalentes em crianças autistas verbais e minimamente verbais. Para a fonoaudióloga, os mais frequentes são transtornos fonológicos, articulatórios e os motores de fala. Neste último grupo encontram-se o atraso motor de fala, a apraxia e a disartria que apresentam marcadores específicos que norteiam o prognóstico e as bases para a intervenção. Ressaltou que após o diagnóstico seria importante interpretar estes transtornos à luz de um modelo biopsicossocial como o apresentado na Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF). Esta classificação interpreta as dificuldades da comunicação além da perspectiva puramente médica, compreendendo que sintomas de alterações estruturais e funcionais de fala e linguagem, impactam nas atividades e participação podendo o ambiente ser fator de risco ou proteção para tais transtornos. Concluiu que a CIF é um modelo de classificação de transtornos de fala e linguagem para crianças com autismo podendo se tornar uma boa ferramenta para medir a eficácia de determinadas abordagens para o tratamento destes transtornos.

O tema da pesquisadora Dra. Karen Chenaunsky foi técnicas de tratamento para crianças não verbais e minimamente verbais com apraxia de fala na infância. Assim como a Dra. Amanda, apresentou os princípios norteadores da avaliação abrangente desde a organização do ambiente até a adaptação de instrumentos que identifiquem os sintomas de transtornos motores de fala nesta população.  Outro momento relevante foi a apresentação de alguns princípios para a elaboração de um planejamento de tratamento eficaz destacando a necessidade do fonoaudiólogo:

  1. Selecionar e incorporar as palavras alvo em contextos de brincadeiras ou atividades da rotina da criança. Outro aspecto importante a considerar é que estas palavras deverão ter propósitos sociais, linguísticos e motores.
  2. Escolher atividades que correspondam ao momento do desenvolvimento que a criança se encontra, mas considerar a importância de aumentar a complexidade das respostas esperadas.
  3. Realizar terapias dinâmicas colocando e reduzindo demandas, mas sem sobrecarregar a criança para evitar momentos de desregulação.
  4.  Usar modelos de linguagem simples, mas gramaticalmente corretos.
  5. Valorizar a conexão e a interação com a criança investindo na confiança e conforto emocional e sensorial.

Foram dois dias intensos, onde compartilhamos valiosas informações com mais de 200 fonoaudiólogos ávidos por aprender e capacitados para auxiliar nossas crianças a alcançarem o seu melhor potencial.