Na Apraxia de Fala na Infância, a criança quer se comunicar, deseja falar mas ela fica “perdida”, ela não sabe como fazer. E com isso muitas se frustam e podem ficar agressivas, ou podem desistir facilmente das situações de comunicação, ou ficam muito introvertidas – se fecham. As pessoas até interpretam como “ah, ela não quer falar”!
Na terapia fonoaudiológica é preciso muita paciência, muito cuidado para não pedir o que a criança não está pronta ou apta a fazer.
É preciso muita observação, muita investigação.
Por exemplo: entender que uma criança não consegue produzir o som da vogal “O” porque ela não consegue arrendondar os lábios ou que ela não consegue produzir o som do “F” porque ela não consegue subir o lábio inferior e soprar ao mesmo tempo. Ou que sua fala é ininteligível porque ela fala rápido demais e sem prosódia ou sem precisão articulatória.
É preciso que o Fonoaudiólogo tenha interesse pelo trabalho com crianças (que podem ser desatentas, que se cansam rapidamente, que choram, que se recusam a fazer, que não olham para nós, que você vai vai vai vai trabalhar e que o resultado não será tão imediato).
É preciso entender de desenvolvimento de fala e de linguagem, de motricidade orofacial, de planejamento motor de fala, de estimulação global de linguagem, de suporte aos pais (precisamos saber exatamente o que estamos fazendo e onde queremos chegar senão como poderemos orientar os pais?).
Dra. Elisabete Giusti – www.atrasonafala.com.br
Texto escrito para o grupo do Facebook APRAXIA KIDS BRASIL – GRUPO